A possível alta abstenção pode fazer com que o pleito presidencial nas Eleições Gerais de 2022, não se encerre no próximo domingo (2/10), e que haja um segundo turno.
O número de eleitores que decidiram não votar nas últimas duas eleições presidenciais foi grande. A abstenção de votos chegou a quase 20% do eleitorado em 2014, e, em 2018, subiu ainda mais. Se essa tendência seguir agora no primeiro turno, mais de 30 milhões de brasileiros podem não comparecer às urnas;
“São aqueles que estão decepcionados com os dois lados, Lula e Jair Bolsonaro. Eles podem exercer claro o voto ao Ciro Gomes e à Simone Tebet, principalmente, mas muitos deles se quer darão o trabalho de votar. Enfim, a questão é observar nesta equação toda se o índice vai superar o das eleições anteriores ou se vai cair com uma certa força”, explica o cientista político e professor da ESPM Paulo Ramires.
E a ausência dos eleitores pode favorecer Jair Bolsonaro (PL). É que a abstenção de votos atinge as faixas de eleitores nas quais Lula tem mais vantagem nas pesquisas, como aqueles com menor escolaridade.
Em 2018, a taxa de comparecimento entre os analfabetos, que não são obrigados a votar, foi de 49%. O número aumenta conforme sobe a escolaridade e chega entre os eleitores com ensino superior completo, a 88%. A abstenção também é alta entre idosos acima de 70 anos, para quem o voto não é obrigatório.
“A lógica é muito clara, existe o custo de votar. O custo de votar é o preço do deslocamento, a penalidade que se aplica e o custo da informação. Essas pessoas com mais baixa escolaridade e menos renda tem mais dificuldade para votar”, afirma Paula Veiga, professora de ciências políticas da Unirio.
As mulheres, além de serem maioria entre o eleitorado, registram uma taxa de comparecimento às urnas um pouco maior do que dos homens. Entre o público feminino, o petista leva vantagem. Por isso, a campanha do presidente Bolsonaro também deve se empenhar em evitar a abstenção no próximo domingo.









