O Amazonas destaca-se no cenário nacional pela liderança na taxa bruta de frequência escolar (32,75%) e pela alta taxa de frequência escolar bruta entre a população indígena (35,58%). No entanto, o estado enfrenta desafios significativos com a população acima de 18 anos, onde 29,5% são sem instrução ou possuem o ensino fundamental incompleto e 16,8% têm o fundamental completo e médio incompleto. A capital, Manaus, apresenta a maior concentração de pessoas com ensino superior completo (17,5%), mas ainda está abaixo da média entre as capitais brasileiras.
As disparidades regionais são evidentes ,no Amazonas, como nos municípios de Juruá, Japurá e Atalaia do Norte que apresentaram as maiores taxas de frequência escolar bruta, mas outros como Boca do Acre e Canutama, registraram as menores. Essa variação reflete a complexidade do cenário educacional ,no estado, influenciado por fatores socioeconômicos e geográficos.
O Censo 2022 revela a importância de focar na primeira infância, com quase 140 mil crianças de um total de 423 mil, de até 5 anos, frequentando escolas e creches no Amazonas, indicando que há desafios no acesso à educação infantil em alguns municípios. O ensino médio também exige atenção, com taxas de frequência escolar bruta menores em comparação com o ensino fundamental.
Os dados são do Censo Demográfico 2022: Educação: Resultados Preliminares da Amostra, divulgado ontem (26/02) pelo IBGE.
Taxa de frequência escolar bruta destaca o Amazonas
Em termos proporcionais, em relação ao quantitativo populacional de cada estado do país, o Amazonas se destacou no total da taxa de frequência escolar bruta com 32,75%, liderando entre todas as Unidades da Federação. A menor taxa bruta de frequência escolar foi de Minas Gerais (24,27%). A taxa bruta do país ficou em 26,46%.

A taxa de frequência escolar bruta mede a proporção da população de determinada faixa etária que frequenta escola (incluindo ensino superior) ou creche, independentemente do nível de educação cursado, em relação à população total dessa faixa etária.
Considerando ainda a taxa bruta de frequência escolar, no Amazonas, o índice de 32,75%, na distribuição por cor ou raça, colocou na dianteira pessoas de cor amarela (28,27%), seguida pelas brancas (33,24%), pretas (24,07%), pardas (32,74%) e indígenas (37,03%). No país, a raça indígena liderou na taxa de frequência escolar com 33,82%, seguida das pessoas de cor amarela (20,82%), preta (22,39%), branca (25,93%) e parda (27,83%).
Destaques
- O Amazonas se destaca nacionalmente com a maior taxa bruta de frequência escolar (32,75%), demonstrando um engajamento educacional significativo da população;
- A frequência escolar bruta entre a população indígena no estado alcançou 35,58%, posicionando o Amazonas como o sétimo maior do país, nesse quesito;
- Quase 140 mil crianças de até 5 anos frequentam escolas ou creches no estado, evidenciando o investimento na primeira infância;
- Na faixa etária de 6 a 17 anos o ensino fundamental prevalece no Amazonas, com mais de 634 mil alunos matriculados;
- Apenas 1,3% do total nacional de pessoas com nível superior completo reside no Amazonas, indicando a necessidade de se fortalecer o ensino superior;
- Municípios como Juruá, Japurá e Atalaia do Norte lideraram as taxas de frequência escolar, enquanto Boca do Acre e Canutama apresentaram os menores índices;
- A capital, Manaus, apresentou a maior concentração de pessoas com ensino superior completo (17,5%), mas ainda enfrenta desafios no acesso à educação infantil e na continuidade dos estudos após o ensino médio;
- A “Formação de Professores Sem Áreas Específicas” foi uma das áreas com o maior número de graduados indígenas no Amazonas;
- Direito e Enfermagem se destacaram como áreas com grande número de graduados, refletindo a demanda por profissionais nesses setores;
- A baixa participação de adultos na educação formal ,em alguns municípios, indica necessidade de incentivo à educação continuada.
Amazonas fica em posição intermediária, no país, no quantitativos pessoas frequentando a escola
No ranking nacional, o Amazonas ficou na décima quarta posição da frequência escolar bruta, em 2022. De um total de 3.941.613 pessoas residentes, 1,3 milhões frequentavam escola. Entre as Unidades da Federação, que lideraram na frequência escolar bruta, São Paulo, com 44.411.238 pessoas residentes, tinha 11.283.451 pessoas frequentando a escola. Em seguida aparecem Mina Gerais (onde de 20.539.989 residentes, 4.984.964 pessoas frequentavam escola) e Rio de Janeiro, que tinha 16.055.174 de residentes e, entre esses,4.070.388 tinham frequência escolar.

A taxa de frequência escolar bruta de pessoas indígenas posiciona o Amazonas entre as 10 maiores no país
A frequência escolar bruta das pessoas indígenas, no Amazonas, ficou com uma taxa de 35,58%, em 2022. O resultado colocou o estado na sétima posição entre as Unidades da Federação com as maiores taxas. Os estados que ficaram na dianteira com as taxas escolares brutas foram Amapá (46,07%), Tocantins (43,1%) e Maranhão (39,83%). Os menores desempenhos foram do Rio de Janeiro (19,55%), Goiás (20,46%) e Sergipe (21,84%).

Estado tinha, em 2022, quase 140 mil pessoas de até cinco anos que frequentavam escola ou creche
Com 139.538 pessoas ,de até 5 anos de idade, que frequentavam escola ou creche em 2022, o Amazonas alcançou a décima sexta posição entre as Unidades da Federação. Os maiores quantitativos ficaram com São Paulo (1.9 milhões), Minas Gerais (737.896) e Rio de Janeiro (577.351). Os estados com menor número de pessoas ,de 5 anos de idade , frequentando escola ou creche foram, no mesmo ano, Amapá (23.074), Roraima (26.195) e Acre (28.736).

Entre as pessoas de 5 anos de idade, que frequentavam escola ou creche, 69.937 (50,12%) eram do sexo masculino e 69.601 eram do sexo feminino (49,88%). Entre os homens, na frequência escolar, sobressaíram-se as cores parda (33,01%) e branca (10,20%). Entre as mulheres a divisão foi equiparada tendo as maiores frequências com as cores parda (33,31%) e branca (10,40%).
Entre as pessoas indígenas ,de 5 anos de idade, que frequentavam escola ou creche, foram contadas 22.362 pessoas no Amazonas. O número representa 33,3% do total do país (67.142), na mesma faixa etária.
O percentual de pessoas indígenas do sexo masculino, de cinco anos de idade, frequentando escola ou creche ficou em 5,6%; o de pretos em 1,27% e o de amarelos em 0,07%. Já entre as pessoas de 5 anos de idade e do sexo feminino o percentual de indígenas, na escola, ficou em 5,18%, o de pessoas pretas de 0,94% e o de pessoas amarelas de 0,05%.

No país, Amazonas ficou com 2,6% de pessoas, de 6 a 17 anos, que frequentavam escola
Com 813.979 pessoas ,de 6 a 17 anos, frequentando escola, o Amazonas ocupou, conforme a pesquisa censitária de 2022, a décima terceira posição entre as Unidades da Federação. O estado ficou, nessa faixa etária, com 2,6% das pessoas que frequentavam escola no país (31.702.454 pessoas).

Os maiores quantitativos de pessoas, na mesma faixa etária e frequência escolar foram dos estados de São Paulo (6.340.120), Minas Gerais (2.953.974) e Bahia (2.310.297). Já os menores quantitativos ficaram com Roraima (127.071), Amapá (149.636) e Acre (170.771).

Na faixa etária de 6 a 17 anos, o ensino fundamental prevaleceu em número de pessoas, no estado
A maioria das pessoas de 6 a 17 anos (813.979), que frequentava escola, em 2022, estava no ensino fundamental (634.718), seguida do ensino médio (130.366) e da pré-escola (38.940). A menor concentração, nessa faixa etária, foi identificada no ensino superior de graduação (708).

Entre os indígenas, de 6 a 17 anos, foram contados 120.579 que frequentavam escola, no estado. A maioria estava no ensino fundamental (97.252), seguido de 15.671 no ensino médio e de 6.274 na pré-escola.
Quase 340.000 pessoas de 18 anos ou mais tinham frequência escolar, no estado
Com relação as pessoas de 18 anos ou mais de idade, que frequentavam escola, em 2022, no estado, foram identificados 337.291, representando 2,4% do total nacional (13.988.517). Os estados com maior quantitativo de pessoas de 18 anos ou mais, frequentando escola, foram de São Paulo (3.018.584), Minas Gerais (1.293.095) e Rio de Janeiro (1.224.072). A menor quantidade pessoas, na mesma faixa etária e que estava frequentando escola, estava nos Estados de Roraima (43.884), Acre (60.062) e Amapá (62.440).
Já as pessoas indígenas, na mesma faixa etária e que também frequentavam escola, no período, totalizaram 34.085, sendo este o maior quantitativo entre as Unidades da Federação, de pessoas de 18 anos ou mais e que frequentavam escola. Os segundo e terceiro estados com maior quantitativo de pessoas indígenas na escola foram da Bahia (14.697) e de Mato Grosso do Sul (8.513). Já os menores quantitativos de pessoas indígenas, com 18 anos ou mais e que estavam na escola, foram encontrados nos Estados de Sergipe (366), Distrito Federal (459) e Piauí (622).
Entre pessoas de 18 anos ou mais, o maior grupo foi daquelas com ensino médio completo e superior incompleto
O grupo de pessoas de 18 anos ou mais de idade o Amazonas tinha, em 2022, 2.640.845 pessoas, sendo este quantitativo 1,7% do total do país (154.309.487), nas mesmas condições de idade e nível de instrução. Entre os 2,6 milhões de pessoas, no estado, 1.073.286 tinham o ensino médio completo e superior incompleto; 780.213 eram sem instrução ou tinham o fundamental incompleto; 444.780 tinham fundamental completo e ensino médio incompleto e 342.566 já estavam com o grau superior completo.

Entre as pessoas indígenas de 18 anos ou mais, por nível de instrução, a pesquisa censitária mostrou que ,no Amazonas, havia 290.982 pessoas indígenas, em 2022, sendo que entre 124.188 dessas pessoas, algumas não tinham instrução e outras tinham o fundamental incompleto; 97.881 pessoas indígenas tinham ensino médio completo e superior incompleto; 51.747 pessoas indígenas estavam no grupo do fundamental completo e médio incompleto e 17.167 pessoas indígenas já possuíam formação de nível superior completa.

No estado, pessoas com 11 anos ou mais de idade aparecem com cerca de 9,3 anos de estudo
As pessoas de 11 anos ou mais de idade que residiam no Amazonas, em 2022, tinham cerca de 9,3 anos de estudo, em média. O total ficou bem próximo do resultado nacional (9,5 anos de estudo), para a mesma faixa etária. No Amazonas, assim como no país , as mulheres de 11 anos ou mais (9,6 anos) somaram mais anos de estudo que os homens (9,0 anos no Amazonas e 9,3 anos no país). As faixas etárias com mais anos de estudo, no estado e no país, foram as de 25 a 29 anos, as de 30 a 34 anos e as de 20 a 24 anos, tanto para mulheres quanto para homens.

Entre as pessoas indígenas de 11 anos ou mais, no estado, a média de anos de estudo foi maior entre as faixas etárias de 25 a 29 anos (9,9 anos), 20 a 24 anos (9,9 anos) e 18 a 24 anos (9,8 anos). As faixas etárias com menores anos de estudo foram as de 80 anos ou mais (1,3 anos), 75 a 79 anos (2,6 anos) e 65 ou mais (3,1 anos).

O número de anos de estudo é calculado pelas informações da série e nível ou grau que a pessoa estava frequentando ou havia concluído. Para o ensino fundamental completo, são considerados 9 anos de estudo; ensino médio completo, 12 anos de estudo e ensino superior completo, 16 anos de estudo. Mestrado, doutorado e especialização de nível superior não adicionam anos de estudo na metodologia adotada, ou seja,16 anos é o valor máximo.
Na capital do estado, Manaus, pessoas da cor branca apresentaram maior anos de estudo (11,5), seguidas pelas pessoas da cor preta (9,9), amarelas (13,3), pardas (10,6) e indígenas (9,5).

Amazonas somou 1,3% do total nacional das pessoas com pelo menos nível superior concluído
Conforme a operação censitária de 2022, o Amazonas tinha 342.566 pessoas com pelo menos o nível superior de graduação concluído, o que representa 1,3% do total nacional (25.854.291), no mesmo período. O maior quantitativo de pessoas, em iguais condições, se concentrou nas faixas etárias de 25 anos ou mais (321.199 pessoas), de 25 a 64 anos (302.912 pessoas) e de 35 a 39 anos (53.756 pessoas). Os menores quantitativos ficaram nas faixas etárias de 18 a 19 anos (1.536 pessoas), 80 anos ou mais (1.769 pessoas) e 75 a 79 anos (2.747 pessoas).

Formação em áreas gerais e específicas
Os dados do Censo 2022 revelaram que as cinco áreas de formação com o maior número de graduados no Amazonas , em 2022, foram Negócios, Administração e Direito (28,3%), Saúde e Bem-Estar (18,7%), Educação (15,1%), Engenharia, Produção e Construção (8,9%) e Humanidades e Artes (7,6%). Essas concentraram 78,7% do total de pessoas com ensino superior no estado, demonstrando uma predominância de áreas tradicionais no perfil profissional da região.
Os resultados da Educação ,no Censo 2022, também apresentaram dados sobre as áreas de formação de nível superior de graduação de pessoas no Amazonas. As áreas estão classificadas em categorias gerais, específicas e detalhadas, acompanhadas do número total de graduados em cada área.
Formação de Professores: A área com o maior número de graduados foi “Formação de professores sem áreas específicas” (42.886), demonstrando a importância da educação no estado. No entanto, a formação de professores em áreas específicas (exceto Letras) possui apenas 5.417 graduados e a formação de professores de educação infantil ficou com o menor quantitativo entre todas as listadas, com apenas 490 graduados.
Áreas de Ciências Sociais Aplicadas: Direito (25.295) foi a área com o segundo maior número de graduados, indicando uma forte demanda por profissionais do Direito. Economia (3.326) e Comunicação e Reportagem (3.298) também apresentam números relevantes.
Áreas da Saúde: Enfermagem (16.924) se destacou como a área da Saúde com o maior número de graduados, seguida por Medicina (6.136) e Odontologia (5.255). Farmácia (4.128) e Serviço Social (10.101) também apresentaram números significativos.
Engenharia e Arquitetura: Engenharia Civil e Construção (6.147) apresentaram um número considerável de graduados, enquanto Arquitetura e Planejamento Urbano (3.237) tiveram um número menor.

Entre as pessoas indígenas, 17.167 tinham pelo menos nível superior de graduação concluído, em 2022. A maioria era de mulheres (9.882) contra 7.285 homens.
As áreas com maior quantitativo de pessoas indígenas com nível superior concluído foram as de Educação (4.409); Formação de professores sem área específica (3.530); Negócios, Administração e Direito (2.760).
Dados dos municípios amazonenses
Taxa de frequência escolar bruta
A taxa de frequência escolar bruta mede a proporção da população de determinada faixa etária que frequenta escola (incluindo ensino superior) ou creche, independentemente do nível de educação cursado, em relação à população total dessa faixa etária.
Os dez municípios do Amazonas com as maiores taxas brutas de frequência escolar , em 2022, foram Juruá com 42,2%, Japurá com 42,1%, Atalaia do Norte com 42,1%, Maraã com 41,9%, Amaturá com 40,8%, Barreirinha com 40,5%, Santo Antônio do Içá com 40,3%, Jutaí com 39,9%, Benjamin Constant com 39,6% e Alvarães com 39,5%.
Já os dez municípios do Amazonas com as menores taxas brutas de frequência escolar ficaram com Boca do Acre (27,0%), Canutama (27,3%%), Apuí 28,3%, Humaitá (28,7%), Barcelos (29,3%), Careiro da Várzea (29,5%), Urucurituba (29,7%), Nhamundá (29,9%), Ipixuna (30,1) e Iranduba (30,3).
Manaus, capital do Amazonas e maior centro urbano do estado, apresentou uma taxa bruta de escolarização de 31,5%, um valor que se situa na média em comparação com outros municípios da região. Esse índice pode ser influenciado por uma variedade de fatores, incluindo a disponibilidade de infraestrutura educacional, a acessibilidade a escolas em diferentes áreas o município e as condições socioeconômicas das famílias. A complexidade do cenário urbano de Manaus, com suas diversas realidades sociais e econômicas, provavelmente contribui para a distribuição relativamente mediana da taxa de escolarização.
Considerando as discrepâncias nas taxas de escolarização é provável que múltiplos fatores socioeconômicos e geográficos influenciaram os resultados. Municípios com maiores taxas podem apresentar melhor infraestrutura educacional, maior acesso a recursos e programas educacionais, além de um contexto socioeconômico mais favorável. Por outro lado, as menores taxas podem refletir desafios como a distância geográfica, dificuldades de acesso a escolas, falta de infraestrutura adequada, além de questões socioeconômicas como pobreza e a necessidade de trabalho, que impactam a frequência escolar.

Frequência à escola ou creche
Dentre os municípios com população de 20.000 habitantes , destacaram-se cinco com o maior número de pessoas frequentando escola ou creche: Manaquiri (5.377), Barcelos (5.510), Envira (5.509), Uarini (5.514) e Anori (5.783). Apesar de suas populações relativamente pequenas, esses municípios apresentaram um engajamento educacional significativo.
Os cinco municípios do Amazonas com população entre 20.001 e 35.000 habitantes que possuíam, no período, mais pessoas que frequentavam escola ou creche foram Borba, com 33.080 habitantes e 12.168 pessoas em escolas ou creches (taxa de frequência escolar bruta de 36,8%); Carauari, com 28.742 habitantes e 9.552 estudantes (33,2%); São Paulo de Olivença, com 32.967 habitantes e 12.017 estudantes (36,5%); Boa Vista do Ramos, com 23.785 habitantes e 8.022 estudantes (33,7%); e Beruri, com 20.718 habitantes e 7.535 estudantes (36,4%). Esses municípios se destacaram não apenas pelo número absoluto de pessoas frequentando instituições de ensino, mas também por taxas de frequência escolar bruta.
Os destaques dos cinco municípios do Amazonas com população entre 35.001 e 70.000 habitantes que possuíam mais pessoas que frequentavam escola ou creche foram: Tabatinga, com 66.764 habitantes e 25.357 estudantes (38,0%); Humaitá, com 57.473 habitantes e 16.485 estudantes (28,7%); e Maués, com 61.204 habitantes e 22.367 estudantes (36,5%).
Por fim, os cinco municípios do Amazonas com população entre 80.001 e 150.000 habitantes que possuíam mais pessoas que frequentavam escola ou creche foram Itacoatiara, com 103.598 habitantes e 34.910 pessoas em escolas ou creches (taxa de frequência escolar bruta de 33,7%); Manacapuru, com 101.883 habitantes e 34.213 estudantes (33,6%); Parintins, com 96.372 habitantes e 33.939 estudantes (35,2%); Maués, com 61.204 habitantes e 22.367 estudantes (36,5%); e Coari, com 70.616 habitantes e 23.867 estudantes (33,8%).

Taxa de frequência escolar bruta por grupos de idade
Os cinco municípios com as mais altas taxas de frequência escolar bruta no Amazonas, em 2022, foram, para a faixa etária de 0 a 3 anos, Juruá (32,3%), Santo Antônio do Iça (33,1%), Japurá (31,7%), Maraã (29,3%), Careiro (26,3%). Na faixa de 6 a 14 anos, os destaques foram São Sebastião do Uatumã (99,7%), Silves (99,3%), Parintins (99,2%), Barreirinha (99,3%) e Nhamundá (98,9%). Entre os 15 a 17 anos, os maiores índices foram observados em Anamã (91,9%), Urucará (91,2%), Parintins (90,9%), Juruá (90,5%) e Barreirinha (89,6%). Para a faixa de 18 a 24 anos, Atalaia do Norte (41,1%) Juruá (35,3%), Presidente Figueiredo (34,4%), Uarini (33,1%) e Manaus (31,2%) lideraram. Já no grupo de 25 anos ou mais, as maiores taxas foram registradas em Atalaia do Norte (15,5%) Uarini (13,1%), Juruá (12,5%), Nova Olinda do Norte (11,5%) e Manaus (11,5%).
No Amazonas, os cinco municípios com as menores taxas de frequência escolar bruta no grupo de idade de 0 a 3 anos foram Autazes (4,0%), Boca do Acre (4,6%), São Gabriel da Cachoeira (4,7%), Canutama (5,0%) e Envira (5,1%). Esses percentuais evidenciam a limitação no acesso à educação infantil nessas localidades, ressaltando a importância de políticas públicas voltadas para a ampliação de creches e espaços educativos para a primeira infância.
Para o grupo de idade de 6 a 14 anos, os cinco municípios com as menores taxas de frequência escolar bruta foram Barcelos (76,5%), Ipixuna (86,4%), Novo Airão (87,0%), São Paulo de Olivença (85,5%) e Atalaia do Norte (89,7%, indicando desafios significativos no acesso ao ensino fundamental.
Entre os adolescentes ,de 15 a 17 anos de idade, os cinco municípios do Amazonas com as menores taxas de frequência escolar bruta ,no grupo, foram Pauini (66,2%), São Paulo de Olivença (74,8%), Ipixuna (71,4%), Tapauá (71,9%) e Canutama (75,5%). Esses dados refletem obstáculos no acesso ao ensino médio, possivelmente relacionados a falta de escolas próximas, transporte inadequado e a necessidade de jovens ingressarem precocemente no mercado de trabalho. Entre aqueles de 18 a 24 anos, os cinco municípios do Amazonas com as menores taxas de frequência escolar bruta foram, em 2022, Nhamundá (14,1%), Manicoré (16,3%), Canutama (15,5%), Itapiranga (16,5%) e Urucurituba (17,7%).
Entre as pessoas de 25 anos ou mais de idade, os municípios com os menores percentuais nessa categoria foram Envira (3,1%), Anamã (3,3%), Urucurituba (3,3%), Canutama (3,7%) e Nhamundá (3,8%). Esses números apontam para uma baixa participação de adultos na educação formal nesses locais.
A situação de Manaus em relação a taxa bruta de frequência escolar ,em 2022, apresentou um cenário variado entre as faixas etárias. Na faixa de 0 a 3 anos, a taxa de frequência escolar foi de 12,9%, indicando desafios no acesso a educação infantil. Para 6 a 14 anos, a frequência foi de 96,6%, demonstrando uma boa cobertura no ensino fundamental. Na faixa de 15 a 17 anos, a taxa manteve-se em 85,4%, refletindo estabilidade no ensino médio. Já entre 18 a 24 anos, houve uma queda expressiva para 31,1%, possivelmente devido ao abandono escolar ou dificuldades de acesso ao ensino superior. Por fim, para 25 anos ou mais, a taxa foi de 11,0%, uma das mais altas do estado nessa faixa, sugerindo iniciativas de educação continuada. Esses dados revelam um bom desempenho nas fases intermediárias da escolarização, mas apontam fragilidades tanto no início da educação infantil quanto na continuidade dos estudos após a adolescência.

Frequência a escola por curso frequentado
Entre as crianças que frequentavam escola ,de até cinco anos de idade, os cinco municípios do Amazonas com maior percentual de crianças na creche foram Japurá (72,4%), Lábrea (71,4%), Juruá (69,8%), Caapiranga (64,5%) e Tonantins (63,9%).
Os cinco municípios do Amazonas com maior percentual de crianças na pré-escolar foram Eirunepé (83,7%), Novo Airão (78,1%), Alvarães (77,9%), Santa Isabel do Rio Negro (74,8%) e Beruri (74,3%). Já os cinco municípios do Amazonas com maior percentual de crianças no ensino fundamental regular foram Manaquiri (29,3%), São Sebastião do Uatumã (20,4%), Beruri (18%), Novo Airão (15,1%) e Itacoatiara (14,3%).

Nível de instrução das pessoas de 18 anos ou mais
Destacaram-se os seguintes municípios com os maiores percentuais,em cada nível de instrução:
Sem instrução e Fundamental incompleto: Os municípios com maiores percentuais nesse nível foram Pauini (59,3%), Canutama (56,7%), Tapauá (55,3%), Envira (54,0%) e Atalaia do Norte (56,6%).). Esses dados indicam que nesses municípios uma parcela significativa da população de 18 anos ou mais ainda precisa ter acesso a educação básica completa.
Fundamental completo e Médio incompleto: Nessa categoria, os municípios com maiores percentuais identificados na pesquisa foram Maués (23,9%), Uarini (22,0%), Jutaí (21,7%), Maraã (21,6%) e Nova Olinda do Norte (20,8%). Isso sugere que nesses locais, apesar de parte da população ter concluído o ensino fundamental, ainda há um grande número de pessoas que não finalizaram o ensino médio.
Médio completo e Superior incompleto: Os municípios que se destacam nesse nível foram Urucurituba (48,1%), Parintins e Caapiranga (45,5%), Silves (45,3%) e Itapiranga (44,7%). Esses números apontam para uma parcela considerável da população que concluiu o ensino médio, mas ainda não possui um diploma de nível superior.
Superior completo: Os municípios que apresentaram maior percentual de pessoal com 18 anos ou mais de idade, com superior completo, foram Manaus (17,5%), Parintins (12,0%), Presidente Figueiredo (11,0%), Tefé (10,2%) e Novo Airão (9,2%). Mesmo sendo os municípios com os melhores percentuais, verifica-se que em todos os níveis de ensino, a proporção da população adulta que concluiu as fases, é muito baixa.
Os dados de Manaus revelaram um cenário educacional com cenários distintos. Em relação aos níveis de instrução, podemos observar o seguinte:
Sem instrução e Fundamental incompleto: Manaus apresenta um percentual de 20,8% da população de 18 anos ou mais nessa situação (17º entre as capitas). Esse percentual, embora seja menor do que em muitos municípios mais isolados, também é considerável baixo para uma capital e indica que uma parcela significativa da população manauara não teve acesso a educação básica completa, o que pode impactar em suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
Fundamental completo e Médio incompleto: Com 16,7% da população nessa faixa (2º entre as capitais), Manaus demonstra um desafio em garantir que as pessoas concluam o ensino médio. Esse número pode estar relacionado a diversos fatores, como evasão escolar, dificuldades de acesso a educação e necessidade de ingresso precoce no mercado de trabalho. Mesmo assim, quando comparado a outras capitais do país, é um bom indicador.
Médio completo e Superior incompleto: Manaus apresenta o maior percentual nesse nível entre os municípios listados, com 45,1% da população (2º entre as capitais). Isso indica que uma parcela considerável dos manauaras busca continuar seus estudos após o ensino médio, mas ainda encontra dificuldades em concluir o ensino superior. As razões podem ser variadas, incluindo questões financeiras, falta de tempo e desafios de conciliar trabalho e estudo.
Superior completo: Manaus possui 17,5% da população com ensino superior completo (27º entre as capitais), o que representa o maior percentual entre os municípios do Estado, refletindo a posição de Manaus como centro urbano e polo de desenvolvimento na região, atraindo pessoas em busca de melhores oportunidades de educação e trabalho. No entanto, ainda há espaço para crescimento.