Dois homens foram presos suspeito de abusarem sexualmente de uma criança, autista não-verbal, de cinco anos, em Manaus. Um dos presos, é tio do menor e o outro seria um médico veterinário. Conforme as investigações da polícia, os dois são portadores de HIV.
As prisões ocorreram no Conjunto Viver Melhor, no bairro Cidade de Deus, zona norte da cidade. Segundo a delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à criança e ao Adolescente (Depca), os dois homens cometiam os abusos sexuais durante uma transmissão de uma live em um aplicativo de mensagens.
Durante os procedimentos de abordagem, o suspeito ficou muito nervoso, ocasião em que foi constatado que ele estava com vídeos e conversas de abusos e divulgação de pornografia em seu aparelho celular.
“No apartamento constataram que criança estava sentada e o abusador (tio da vítima) estava só de toalha. Fizeram a condução dos dois até a delegacia especializada, lá foi verificado que ambos tinham imagens, divulgação de vídeos de pornografia, não só dessa criança, mas de outras crianças, além de videochamadas, diálogos, e foram conduzidos para a delegacia especializada, que nessa brilhante parceria efetuaram a prisão flagrante dos dois”, disse a major Tatiana da Ronda Maria da Penha.
A titular da Depca, delegada Juliana Tuma, informou sobre a vulnerabilidade da criança vítima, que não conseguia relatar à mãe os abusos sofridos.
Durante o depoimento, a mãe contou que já havia notado alguns hematomas na criança e que ela ficava sob os cuidados do tio, que estava desempregado.
A mãe não entendia o porquê disso e, quando questionado, o tio dizia que os hematomas poderiam ter sido causados na escola.
“Após serem presos pela Polícia Militar, eles admitiram a produção de material pornográfico, mas negaram o estupro de vulnerável. Suspeita-se que os dois sejam carimbadores, pois isso surgiu nos autos, indicando que eles são soropositivos e intencionalmente transmitem o vírus HIV. Durante as conversas, ficou evidente a materialidade dos crimes, pois estavam realizando chamadas de vídeo e transmitindo abusos sexuais via aplicativos de mensagens no momento da chegada da PM”, detalhou a delegada.
Conforme a autoridade policial, eles foram autuados pelos seguintes tipos penais: estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição de vulnerável, armazenamento, compartilhamento e produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, além da satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes.
Os suspeitos foram encaminhados para audiência de custódia e a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. “É importante ressaltar, também, que há a possibilidade de se tratar de uma organização criminosa maior. A Depca continuará essa investigação para identificar outros autores”, destacou a delegada.