Foi-se o tempo em que ser mãe era a única opção para as mulheres. Estamos participando cada vez mais do mercado de trabalho e sendo autônomas nas decisões sobre o rumo de nossas vidas. Hoje, ainda que desejem ser mães, as mulheres, muitas vezes, querem se realizar profissionalmente, investir na carreira, conquistar estabilidade financeira, viajar e se dedicar a outras coisas antes de decidirem ter um filho. Com os avanços da medicina, a maternidade, que antes se limitava aos vinte e poucos anos, hoje chega aos trinta e até mesmo depois dos quarenta. A maternidade tardia é uma realidade crescente nos consultórios médicos.
Alguns números
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o total de nascimentos cujas mães possuíam menos de 30 anos caiu de 74,3% para 64,9%, entre 2016 e 2017. Já no grupo de mulheres de 30 a 39 anos, houve crescimento. Antes somavam-se 23,4% e, com os dados atuais, contabilizam-se 32,2%. Na faixa de mulheres com 40 anos ou mais, o percentual de nascimentos avançou de 2,2% para 2,9%.
Vantagens e desvantagens
Se a primeira desvantagem óbvia vem do biológico, ela é contrabalanceada pelo social. A gestação tardia traz mais riscos de má formação e de doenças cromossômicas, como a Síndrome de Down. Além disso, a mãe pode ter menos disposição para os primeiros anos das crianças, que demandam muito fisicamente. Mas ao mesmo tempo são mais vividas e experientes, têm mais flexibilidade, visão de mundo e paciência. Além de melhores condições financeiras, em geral. Segundo um estudo da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, mães mais velhas educam impondo menos castigos e com menos violência verbal que as mais jovens, o que repercute no bem estar emocional das crianças. Não existe idade certa para ser mãe e é um avanço histórico muito valioso que possamos escolher que horas teremos (ou não) nossos filhos e filhas.