Guardamos em nossa história marcas do impacto da hanseníase na sociedade. Manaus vivenciou, nas décadas de 1920 a 1940, a realidade do isolamento de pessoas em pavilhões do leprosário que deu origem ao bairro Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste da cidade. Hoje, com tratamento correto e diagnóstico precoce, a doença tem cura.
Essa é a nova realidade da capital amazonense que vem desenvolvendo ações para o controle do quadro epidemiológico da hanseníase por meio de projetos que incluem a busca ativa de casos novos, o diagnóstico precoce na população em geral, capacitações sobre o tema para os profissionais de saúde, além da ampliação da oferta de exames de pele e da qualificação do tratamento, o que inclui o Programa Saúde na Escola (PSE).
Para promover e intensificar o controle da doença, a Prefeitura de Manaus inicia o ano de 2020 com a campanha “Janeiro Roxo”, como forma de lembrar e divulgar a prevenção durante todo o mês o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase, celebrado no último domingo de janeiro.
O objetivo é dar ênfase à disseminação de informações e conscientização da população sobre a gravidade da doença, visando melhorar o controle com o diagnóstico e tratamento precoces, contribuindo assim, para a redução das incapacidades físicas.
Em 2019, o município de Manaus registrou 126 casos novos, sendo 8 casos em crianças e 118 em adultos, graças à intensificação da busca ativa que envolve palestras educativas, atividades de conscientização junto à população, oferta e divulgação do exame nas unidades de saúde. Essa dinâmica faz com que a população fique mais atenta e procure a realização do exame de pele, única forma de identificar a doença.
O combate à hanseníase também envolve um trabalho intenso junto às escolas: em 2019 foram examinados 37.227 alunos em 174 escolas. Graças a esse controle ao longo dos anos nenhum caso foi identificado. Os 2.663 casos de dermatoses encontrados foram atendidos com consulta, liberação de medicação e ainda estão em tratamento com acompanhamento profissional.
Sintomas e cura
Mediante as ações em desenvolvimento, espera-se evitar o surgimento de novos casos apresentando graus de incapacidade física, decorrentes do diagnóstico tardio. Por isso, o alerta é para todos observem e procurem uma unidade de saúde próxima no caso dos seguintes sintomas: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato; áreas com diminuição dos pelos e do suor; caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos; diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular de olhos, mãos e pés; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés.
Em Manaus, durante o ano de 2019, a taxa de pacientes curados foi de 93,91 por conta da realização do acompanhamento online via sistema Hansen, que permite o monitoramento de dados sobre o atraso ao tratamento ou possível abandono. Em um trabalho integrado, a equipe da área técnica e das unidades de saúde realizam contato telefônico, visita domiciliar e, caso seja necessário, o transporte até o serviço de saúde, de modo que não permita o abandono ao tratamento que deve ser feito até o final, sem interrupção.
Isto porque o sucesso do resultado é alcançado por meio da constância da medicação, o que interrompe também o contágio, feito principalmente pela eliminação do bacilo por meio das vias aéreas.
O tratamento pode durar de seis a 12 meses, se tomado corretamente. Em Manaus, o paciente recebe, mensalmente, uma dose da medicação durante a consulta, realizada com acompanhamento profissional, garantindo assim a eficácia do tratamento.
A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos. A detecção precoce é fundamental para curar o indivíduo e interromper a cadeia de transmissão da doença. Ajude-nos a continuar escrevendo esta história de combate à hanseníase: examine-se e procure a unidade de saúde mais próxima: