Esta será a sua décima quinta visita a uma prisão, desta vez para um dos momentos mais significativos de todo o pontificado e da história dos próprios Jubileus: em 26 de dezembro, festa de Santo Estêvão, o Papa Francisco vai abrir a Porta Santa na Penitenciária de Rebibbia, em Roma. Nesse local, já visitado há nove anos para uma Quinta-feira Santa, o Papa quer ir como um “peregrino de esperança” e, idealmente, colocar-se ao lado dos detentos de todas as prisões do mundo.
O anúncio na Bula “Spes non confundit”
O gesto, um sinal tangível de esperança que o Jubileu traz consigo, foi anunciado pelo próprio Francisco na Bula de Proclamação do Ano Santo “Spes non confundit”. No ponto 10, o Papa, pedindo condições dignas para todos aqueles que são “privados de liberdade” e que “experimentam todos os dias, além da dureza da reclusão, o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito”, escreveu:
“Para oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma Porta Santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida.”
A data e o local foram anunciados na manhã desta segunda-feira (28/10) por dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, durante a conferência na Sala de Imprensa do Vaticano sobre os eventos do Jubileu.
A Porta Santa em Bangui e as visitas à Rebibbia
Essa visita à Penitenciária de Rebibbia também é uma novidade em comparação com a tradição secular dos Jubileus, que sempre viu o Papa abrir apenas a Porta Santa da Basílica de São Pedro e as quatro basílicas papais. O anterior havia sido em 2015, quando Francisco decidiu lançar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia abrindo a Porta Santa da Catedral de Bangui, como parte de sua viagem à República Centro-Africana, à qual ele queria chegar a todo custo, apesar dos avisos e preocupações sobre a violência que ocorria nas ruas da capital.
Agora Rebibbia, uma prisão que Jorge Mario Bergoglio já havia visitado em 2015, indo ao “Novo Complexo” para lavar os pés de 12 detentos de diferentes nacionalidades. Em seguida, ele retornou em 28 de março deste ano, indo celebrar a missa em Coena Domini na prisão feminina de Rebibbia, lavando os pés de 12 mulheres. No total, o Papa visitou 15 penitenciárias nos anos do seu pontificado: a maioria na Itália, algumas também durante viagens ao exterior, como em Palmasola, na Bolívia, há 9 anos.
Acordo com o Ministério da Justiça da Itália
O arcebispo Fisichella enfatizou que o Papa Francisco se preocupa particularmente com a situação daqueles que estão enfrentando a dureza da prisão e pediu sinais tangíveis de esperança. Nesse sentido, disse ele, ‘haverá iniciativas concretas a serem implementadas em cooperação com o governo italiano, formas de anistia e caminhos de reintegração no trabalho para ajudar os prisioneiros a recuperar sua autoconfiança’. De fato, em 11 de setembro, foi assinado um acordo com o ministro da Justiça, Carlo Nordio, e o comissário do governo, Roberto Gualtieri, para tornar efetivas, durante o Ano do Jubileu, formas de reintegração para vários prisioneiros por meio de emprego em atividades de trabalho social.
Fonte: Salvatore Cernuzio – Vatican News