ma onça-parda (Puma concolor) foi flagrada no Parque Nacional de Ubajara, no Ceará, durante um estudo sobre o comportamento dos macacos-prego realizado pela ONG Neoprego em parceria com o projeto CapCult. As imagens foram capturadas por armadilhas fotográficas (camera trap) instaladas com o objetivo de monitorar a atividade dos primatas e dos predadores na região, como parte da pesquisa de doutorado da bióloga Tatiane Valença.
O Parque Nacional de Ubajara é conhecido pela presença de macacos-prego, que se destacam pelo uso diversificado de ferramentas, comportamento que atrai a atenção de cientistas. Esses primatas utilizam pedras para quebrar cocos e, de maneira inédita, para cavar raízes e acessar aranhas no solo. Essas práticas únicas tornam o parque um local de grande importância para o estudo e a preservação de tradições primatas.
Tatiane Valença, responsável pela pesquisa, explicou que a presença da onça-parda foi registrada em uma área onde os macacos costumam quebrar cocos. “Uma das questões do meu doutorado é investigar se a atividade de predadores pode influenciar o uso de ferramentas pelos macacos. Para isso, instalamos armadilhas fotográficas entre 2022 e 2023, e agora estamos analisando os dados. Ficamos felizes em registrar essa rara e bela imagem da onça-parda, que não apenas passou pelo local, mas também descansou brevemente onde os macacos atuam”, relatou a bióloga.
As imagens da onça foram feitas em 2022, mas as imagens foram publicadas apenas em setembro deste ano. Segundo Tatiane o tamanho dessa espécie varia de acordo com o ambiente, podendo pesar entre 22kg e 70kg. No caso deste registro, trata-se de uma fêmea.
Apesar de a onça-parda fazer parte da fauna do parque, são raros os relatos de avistamentos, e não há registros de incidentes envolvendo o felino. Os guias do parque estão preparados para garantir a segurança dos visitantes e orientar sobre como proceder caso se deparem com o animal. Segundo Tatiane, a onça evita o contato com humanos e, em caso de avistamento, a recomendação é manter a calma, não se aproximar, não correr e jamais se aproximar de filhotes. Caso a onça permaneça no local ou se aproximar, uma possibilidade é levantar os braços para parecer maior e fazer barulho.
De acordo com a plataforma Salve, que traz informações sobre o estado de conservação das espécies da fauna brasileira, a onça-parda encontra-se como “quase ameaçada”, devido à expansão agropecuária, mineração e exploração de madeira, caça, queimadas e atropelamentos. A presença desse felino no parque é um indicativo da importância da conservação do seu habitat natural.
Fonte: ICMBio