O montante deverá ser recolhido por meio de depósito judicial, no prazo de 48 horas, devendo informar o pagamento à Justiça e, no caso de descumprimento, será expedido mandado de prisão em seu desfavor.
A ação contou com a participação de aproximadamente 16 policiais federais e teve como objetivo, além do cumprimento das ordens judiciais, a obtenção de novos elementos de prova para a conclusão das investigações.
ENTENDA O CASO
Em meados do ano passado, a Polícia Federal recebeu a notícia de que haveria uma agência de viagens no Município de Barra de São Francisco que atuaria como intermediária entre pessoas interessadas em imigrar para os Estados Unidos e “coyotes” que atravessariam ilegalmente essas pessoas na fronteira do México.
Os valores cobrados girariam em torno da quantia de US$ 25 mil e cobririam todo o processo de movimentação migratória, incluindo a confecção e retirada de passaporte em São Paulo, passagens com embarque a partir daquela cidade e chegada aos Estados Unidos sem sobressaltos alfandegários. Para impressionar, os contratos celebrados entre a agência de turismo e os interessados traziam os símbolos da Polícia Federal.
No curso da apuração preliminar, houve intensa cooperação dos policiais federais com o Oficialato de Ligação da PF em El Paso/Texas, com a unidade de inteligência da US Border Patrol, além da Adidância da PF em Washington.
Foram realizadas várias diligências, incluindo a coleta de inúmeros dados de interesse para a investigação, tais como valores cobrados, pessoas envolvidas no exterior, locais de embarque e permanência da migrantes e estratégias para a entrada ilegal no país norte-americano.
Chamou à atenção dos investigadores a existência de advogados americanos contratados para atuarem nos processos dos migrantes eventualmente detidos e das possibilidades de manipulação das regras migratórias americanas no intuito de se adentrar naquela país.
CRIMES INVESTIGADOS
Os investigados poderão responder pela prática do delito de promoção de migração ilegal (art. 232-A do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e fabricação de selo ou sinal público (art. 296 do Código Penal), podendo a pena chegar a 14 anos de reclusão.
RAZÃO DO NOME
O nome da operação é uma alusão ao monte (foto anexa) de mesmo NOME que interrompe o curso do muro que separa os Estados Unidos do México na cidade fronteiriça de El Paso/Texas.
A área é de propriedade da igreja católica que não permitiu que o muro fosse instalado sobre o local e que, em razão disso, é muito explorado pelos “coyotes” que operam no deserto que cobre toda a região.
ESPÍRITO SANTO É TERCEIRO ESTADO EM NÚMERO DE MIGRANTES ILEGAIS
O número de brasileiros tentando ingressar ilegalmente nos Estados Unidos disparou em 2021. Estima-se que 150 brasileiros foram detidos diariamente pelas agências policiais americanas no ano passado, chegando a quase 5000 por mês. Não há dados que indiquem quantos brasileiros conseguiram realizar a travessia organizada por grupos criminosos conhecidos por “coyotes”.
No ano fiscal norte-americano de 2018, foram documentadas 1.589 apreensões de brasileiros que ingressaram ilegalmente no país.









