Visando o abate e o beneficiamento de jacarés no Amazonas, a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) certificou, no último domingo (1º), no município de Uarini (a 565 quilômetros de Manaus, em linha reta), o primeiro estabelecimento de abate e entreposto de pescado para a comercialização de jacarés com Serviço de Inspeção Estadual (SIE).
Regulamento
“Eu venho trabalhando com manejo de jacaré há uns 15 anos. E o nosso sonho era criar uma estrutura que seguisse os protocolos e as necessidades sanitárias para poder garantir um produto de qualidade oriundos de manejo de animais silvestres. O mais relevante dessa planta é que nós estamos em um trabalho de equipe e estamos blindando uma estrutura, que vai favorecer essa nova cadeia produtiva e as nossas comunidades beneficiárias”, comentou o pesquisador do Instituto Mamirauá, Robinson Botero.
Sobre o abatedouro
“A Adaf tem papel fundamental no processo de regularização e certificação da indústria, pois garante ao consumidor um produto de origem e qualidade higiênico sanitária adequados para o consumo. A partir de agora, o abatedouro poderá abater os jacarés e gerar renda emprego à comunidade e contribuir com a economia do Estado”, comentou o gerente de inspeção de produtos de origem animal da Adaf, Ramerson Ferreira.
“A importância hoje é para a comunidade e para o município. Esperávamos esse abatedouro há muito tempo, e, hoje, chegou o dia de recebermos a certificação. E ele vai gerar muita renda para nós, para a nossa comunidade e para o nosso setor. Eu estou emocionado”, comentou o presidente da comunidade São Raimundo do Jarauá, Antônio Cordeiro.
Sustentabilidade
“Essa estrutura de abate remoto vai permitir com que eles façam de maneira adequada o manejo do jacaré. Possivelmente, faremos em janeiro o primeiro abate com comercialização dos animais que estão sendo pescados. E, como sempre fazemos, pensamos em estratégias que podem ser aplicadas em outras áreas e com grande fundamentação cientifica para que seja criado conhecimento nas comunidades”, afirmou Ramalho, ressaltando que este projeto é mais um exemplo da reserva e torce com afinco para que dê certo como o manejo do pirarucu e que possa ser aplicado, ajudando as comunidades do Mamirauá, bem como o Estado.
FOTOS: DIVULGAÇÃO/ADAF